COMUNICAÇÃO
Sociedade de advogados vai financiar parcialmente a contratação de um professor internacional para a instituição e patrocinar o mestrado em Direito e Gestão. Acordo vigora até março de 2026.
A sociedade de advogados Eversheds Sutherland FCB vai assinar, na segunda-feira, um protocolo a três anos com a Faculdade de Direito da Católica da Universidade Católica Portuguesa, que envolve o apoio à contratação de um professor residente, escolhido mediante concurso internacional, e o patrocínio do mestrado em Direito e Gestão.
O acordo – designado Professorship em International Corporate Law - estará em vigor, pelo menos, até março de 2026, revelou Rodrigo Almeida Dias, co-managing partner e sócio da Eversheds Sutherland FCB ao Jornal Económico (JE). “Acho que nos últimos 25 anos, desde que me licenciei, houve um enorme progresso na academia, tornando o curso de Direito mais prático. Neste momento, em que atravessamos um ciclo em todos os escritórios, há uma guerra de talento, com todos a quererem ficar com os melhores. Há dois enormes desafios que se colocam à gestão dos escritórios: conseguir os melhores talentos e retê-los”, disse o advogado.
Rodrigo Almeida Dias não tem dúvidas de que a advocacia enfrenta uma batalha nos recursos humanos que é preciso solucionar com parcerias desta natureza, entre outras medidas relacionadas com a valorização pessoal e profissional das pessoas. Com este protocolo, a sociedade fica com créditos de formação avançada (por exemplo, cinco inscrições em cursos de pós-graduação ou duas inscrições num
curso de mestrado) e pode dar estágio profissional a um dos três melhores alunos do mestrado (mediante entrevista), propor cursos, conferências e outras formações e sugerir temas e oradores de painéis, nomeadamente os seus advogados ou clientes.
VdA, PLMJ e Abreu também têm “Professorships”. Pela quarta vez, depois da VdA – Vieira de Almeida, PLMJ e Abreu, a Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa junta-se a um escritório em Portugal para colaborar na investigação e divulgação de conhecimento jurídico, na promoção de iniciativas dirigidas a estudantes ou abertas ao público e na formação avançada (pós-graduação, cursos intensivos…). “Para nós é muito relevante, porque permite financiar parcialmente a contratação de um professor de Direito Internacional”, começa por explicar ao JE a diretora da instituição. Além do mestrado em Direito e Gestão, este estabelecimento de ensino superior conta com uma oferta de mestrados em Direito Administrativo, em Direito Empresarial, em Direito Fiscal, em Forense e em Direito Transnacional.
“É um percurso que queremos continuar, porque temos interesse em integrar no nosso corpo docente professores internacionais, o que só é possível com o apoio das sociedades de advogados. O investimento anual é muitíssimo elevado, por isso é natural que seja bem ponderado pelas sociedades aderentes. Embora a nossa proposta tenha muito boa recetividade, sabemos que é um programa ambicioso”, assegura Ana Taveira da Fonseca ao JE.
Para a diretora, esta relação entre o mercado e a escola é crucial para pôr fim, de uma vez, ao estigma de que os alunos que não têm familiares juristas têm menos probabilidade de terem uma carreira longa e repleta de oportunidades.
“O mercado de trabalho nas profissões jurídicas alterou-se profundamente, as sociedades de advogados e as consultoras atingiram uma dimensão tal, que as contratações que fazem já não são em nada influenciadas por relações familiares, o que é extraordinariamente bom”, afirma.
“Mesmo antes das sociedades multidisciplinares, era muitíssimo importante os advogados terem uma boa noção do que é uma empresa” Segundo Rodrigo Almeida Dias, a sociedade - que em 2021 passou a integrar a Eversheds Sutherland Europa - sempre privilegiou a relação com a academia em várias vertentes, desde as mais simples, participando em job shops (feiras de emprego) organizadas pelas faculdades, até aos pedidos de pareceres para questões mais complexas. Porém, esta foi a primeira vez que decidiu alocar orçamento para patrocinar um dos mestrados que considera mais importantes, o em Direito e Gestão, lecionado em Lisboa.
O direito e a gestão são, de facto, duas áreas cada vez mais interligadas. Futuramente, os advogados que não são gestores e os gestores que não são advogados poderão até fazer parte do mesmo escritório, de maneira mais formal e sem tabus. Questionado sobre as sociedades multidisciplinares, cujo decreto-lei que as permite em Portugal foi aprovado no parlamento em dezembro, Rodrigo Almeida Dias mostrou-se “particularmente conservador” em termos de isenção perante o tema da regulação das profissões liberais.
“Mesmo antes das sociedades multidisciplinares, é muitíssimo importante os advogados terem uma boa noção do que é uma em lidam diariamente com administradores, investidores e acionistas. Ter conhecimentos de gestão não implica prestar serviços nessa área”, ressalva o ainda co-coordenador do departamento de Direito Societário e Comercial da Eversheds Sutherland FCB.
A seu ver, é uma mais-valia para a firma fazer parte de uma rede internacional e ter estes protocolos, que permitem aos aprendizes fazerem estágios internacionais ou pós-graduações e LL.M na Católica, respetivamente. Fatores esses que levam Rodrigo Almeida Dias a garantir ao JE: “Estamos abertos a mais protocolos do género com instituições de prestígio”.
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